A já anunciada rebelião na penitenciária mista de Parnaíba
estourou na noite desta terça-feira dia 15. O estabelecimento prisional que até
então de capacidade estimada para cerca de 160 detentos tem pelo menos 450.
A rebelião mostrou que alem da superlotação, o sistema não
está preparado para controlar ou um trabalho de prevenção permanente para
evitar ou minimizar os efeitos de rebeliões nos presídios do Piauí.
Em Parnaíba, por exemplo, os agentes penitenciários
denunciam a situação caótica há muito tempo. A guarda externa executada pelos
policiais militares é muito deficiente. Inclusive, a guarda composta por 5 ou 6
policiais militares em um determinado período do dia é retirado um ou dois PMs
diariamente para compor viaturas, ou seja,
para dar a impressão que tem muitos policiais nas ruas, tiram policiais
da guarda externa da penitenciária.
Era visível a insatisfação dos Policiais Militares com a
falta de estrutura para conter a rebelião. Faltou gás lacrimogenio, faltou bala
de borracha, faltou mascara, faltou bomba de “efeito moral”. A vinda de
Policiais de Teresina, cerca de 5, foi necessário para trazer os equipamentos
que faltava em Parnaíba.
Ainda no portão foi possível ouvir o diálogo de dois
policiais. Um dizia ao outro para não atirar com munição real, orientando-o a
atirar com balas de borracha. E, o outro perguntou que Bala de borracha?
Na parte de trás da penitenciária, onde faz limites com um
campo de futebol de uma empresa da cidade, é possível ver o buraco e a más
condições de conservação sendo propício não só fugas como também invasão para
possível resgate de preso. Pelo buraco é possível ver as péssimas condições de
iluminação.
Segundo policiais, após a fuga de dois detentos no sábado,
já era para ter feito um plano para abortar possível rebelião logo porque já
tinha sido anunciado a greve dos agentes penitenciários.
O fato é que o governo foi omisso com as visíveis
possibilidades de rebelião. Agora estai aí a cidade sem policiamento devido a
todo efetivo estar concentrado em conter os presidiários e evitar uma fuga em
massa.
REDAÇÃO DO BLOG DO GLÁUCIO JUNIOR
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