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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Curtinhas da Política Nacional


Aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) comentavam ontem a boca pequena que o governo Dilma Rousseff terá que escolher: ou controla os três deputados do partido no Conselho de Ética, fazendo com que votem a favor de uma simples censura pública ao presidente da Câmara, sugerida pelo deputado Wellington Roberto (PR-PB), ou terá que controlar 300 contra o impeachment da presidente da República no futuro próximo. Os petistas, que, ao longo do dia, pendiam entre um voto e outro, temem ser o salvo-conduto de Cunha e, depois, ele não cumprir a parte dele no acordo.

A ideia de Eduardo Cunha com o voto em separado de Wellington Roberto é evitar que o parecer de Fausto Pinato (PRB-SP) seja objeto de recurso ao plenário. É que, se o parecer do relator for derrotado, não cabe recurso ao colegiado maior.

PSDB e DEM decidiram não assinar a representação contra Delcídio do Amaral no Conselho de Ética por um motivo muito simples: quem assina não pode relatar o processo. E ali tem muita gente interessada em ser o algoz do senador petista.

Tendência/ Deputados comentavam a boca pequena que o Congresso não deixaria de aprovar a mudança da meta fiscal por um simples motivo: Dilma disse na reunião “ter dinheiro, mas não poder usar por causa da meta. Então, vamos dar a meta para liberar as emendas”.

“Jader e ACM”/ Um senador comparava ontem a situação da presidente Dilma Rousseff e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao duelo entre Jader Barbalho (PMDB-PA) e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), no ano 2000. No confronto direto, quem chegou primeiro ao cadafalso puxou o outro. Caíram os dois.

A presidente da República está sendo chantageada abertamente pelo presidente da Câmara. Na segunda-feira, Cunha foi ao Palácio do Jaburu conversar com o vice-presidente Michel Temer somente para sinalizar a intenção de disparar o processo de afastamento de Dilma tão logo os petistas votem contra ele no Conselho de Ética.

Não existe uma sintonia fina entre a presidente Dilma Rousseff, que voltou de Paris aflita com a crise, e o presidente nacional do PT, Rui Falcão, que ontem utilizou sua conta pessoal no Twitter para orientar os deputados da legenda a votarem contra Eduardo Cunha: “Confio em que nossos deputados, no Conselho de Ética, votem pela admissibilidade”, disse.


Fonte: DENISE ROTHENBUTG / LUIZ CARLOS AZEVEDO
Correio Brasiliense

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